Verba da saúde teria sido desviada para a Plenax, que usou laranjas para lavar dinheiro

Política

Verba da saúde teria sido desviada para a Plenax, que usou laranjas para lavar dinheiro

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As investigações em torno da Plenax, empresa suspeita de receber cerca de R$ 14 milhões de forma irregular da Prefeitura de Pouso Alegre durante a gestão Perugini, dão conta de que parte dos recursos teriam sido desviados de pastas da saúde e educação. Além disso, os donos da empresa teriam lavado o dinheiro utilizando laranjas para compra de bens e imóveis.

As conclusões fazem parte do inquérito aberto pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que desencadeou nesta quarta-feira, 11, a ‘Operação Capina’. A ação reuniu, além do MPMG, o Ministério Público Federal, núcleos de combate a corrupção do MP, Procuradoria da República, policiais civis e militares.

Foram realizadas operações de busca e apreensão em empresas e residências ligadas aos investigados. Dois mandados de prisão foram expedidos para Igor Peixoto Floriano e seu pai, José Aparecido Floriano Filho. Igor foi preso. Já Floriano não foi encontrado em sua casa. A família alegou que ele estava viajando. As autoridades deram até às 18h desta quarta-feira para que ele se entregue. Do contrário, ele será considerado foragido.

Estão sob investigação dois contratos de capina que vigoraram entre os anos de 2014, 2015 e 2016. “O município pagava pela totalidade de empregados, sendo que a empresa não mantinha esse número de empregados. Isso, evidentemente, com prejuízo ao município. Também há elementos que indicam que a própria contratação da empresa, a licitação que ensejou a contratação dela foi fraudada pelos empresários”, afirmou Agnaldo Cotrim, promotor de Defesa do Patrimônio Público.

Ree de verbas da saúde e educação

A operação desta quarta-feira é resultado de várias frentes de investigação, desenvolvidas por diferentes órgãos. Enquanto o Ministério Público Estadual iniciou sua investigação a partir de uma denúncia anônima, o Ministério Público Federal foi provocado pelo governo do prefeito Rafael Simões, que apurou e denunciou supostos desvios de recursos da saúde para pagamento de capina para a Plenax.

“Envolve o desvio de recursos transferidos pelo SUS ao município de Pouso Alegre para a execução de projetos específicos na área de saúde. Esses recursos foram indevidamente utilizados para pagamento de outros serviços, que não relacionados à saúde e a investigação demonstrou indícios veementes de que esses serviços sequer foram prestados”, conta o procurador da República, Lucas Galtiere.

A denúncia apontada pelo MPF veio a público em julho deste ano, quando a gestão Simões apontou para o uso indevido de verbas do SUS no valor de R$ 3,4 milhões. Os desvios teriam ocorrido entre os anos de 2015 e 2016 para o contrato mantido com a Plenax.

As informações readas pela Prefeitura davam conta de que os recursos reados a Plenax para “serviços de capina manual, roçada, raspagem e limpeza de logradouros, pintura de guias, postes, alambrados e gradis” seriam originários de transferências do Ministério da Saúde para custeio e financiamento da Atenção Básica e da Vigilância em Saúde.

Os desvios teriam sido constatados por uma auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS). A verba terá que ser devolvida pelo município aos cofres da União. À época, o ex-prefeito Agnaldo Perugini negou irregularidades e afirmou que os serviços prestados pela empresa naquele caso se referiam a manutenção e adequações de imóveis da saúde.

Lavagem de dinheiro e uso de laranjas

Outra frente das investigações apura o caminho do dinheiro desviado através da ação. Para o Grupo Especial de Defesa do Patrimônio Público (GEPP), de posse dos recursos desviados, os empresários partiam para a lavagem do dinheiro, fazendo uso de empresas de fachada e adquirindo bens e imóveis em nome de laranjas.

“Para a lavagem de dinheiro, o núcleo empresarial utilizava empresas de fachada, aquisição de bens e imóveis em nome de laranjas e também constituição de empresas em nome de interpostos de pessoas, ou seja, em nome de laranjas. Com os recursos desviados da istração municipal, eles faziam esses investimentos ou atuavam por meio de outras empresas justamente para lavar os recursos obtidos com os crimes”, afirma Fabrício José Fonseca Pinto, promotor de justiça do GEEP.

Alvo de investigação na Câmara e na Prefeitura

Os contratos mantidos entre a gestão Perugini e a empresa Plenax foram alvos de uma tomada de contas na Prefeitura e de uma comissão especial da Câmara de Vereadores, em 2017.

Os parlamentares concluíram, à época, que o contrato teria recebido R$ 6,1 milhões de rees vinculados à Saúde, o que é caracterizado como desvio de recursos. Além dos apontamentos sobre os desvios de recursos vinculados, os vereadores lançaram suspeitas de direcionamento na licitação para contratação da empresa, irregularidades na medição de serviços prestados, fiscalização do contrato e de pagamentos.

Por se tratar de fatos anteriores à Legislatura que então tinha início, a Comissão Parlamentar formada na Câmara não possuía poderes de investigação, mas suas conclusões foram encaminhadas para o Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF), Controladoria Geral da União (CGU), Advocacia Geral da União (AGU) e para a Prefeitura.

O que dizem os acusados

A defesa dos proprietários da Plenax afirma que ainda está se inteirando do teor das investigações para se posicionar. Esta reportagem ainda não conseguiu contato com o ex-prefeito Agnaldo Perugini.


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Polícia

Vereador tem mandato cassado em Alfenas após caso de violência doméstica

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Imagem: reprodução de redes sociais

A Câmara de Vereadores de Alfenas (MG) cassou, na madrugada desta quinta-feira (22), o mandato de Pedro Alencar Azevedo (União), conhecido como ‘Pedrinho Minas Acontece’, por quebra de decoro parlamentar. A decisão foi unânime após uma sessão que durou mais de 12 horas, iniciada na tarde de quarta-feira (21). O político responde criminalmente por agredir a namorada, portar armas ilegalmente.

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Agressões e ameaças

A vítima, uma jovem de 22 anos, relatou à emissora EPTV que sofria violências desde janeiro. Em 18 de fevereiro, após nova briga, o vereador teria chutado a mulher e jogado seus pertences pela janela do sobrado onde moravam. Ela tentou gravar as agressões, mas foi impedida. O advogado da vítima solicitou medida protetiva para garantir sua segurança.

De site de notícia para a política e a prisão

Pedrinho se tornou conhecido na região por conta do site de notícias de cobertura regional ‘Minas Acontece’. Foi através desse trabalho que galgou postos na política e se elegeu vereador por Alfenas.

A Polícia Civil indiciou Pedrinho por lesão corporal qualificada, ameaça, injúria e posse irregular de munições. Durante buscas, a PM encontrou cartuchos e entorpecentes em sua casa. O parlamentar ainda descartou uma arma municiada em um terreno vizinho, reforçando as provas contra ele.

Preso e com pedidos de liberdade negados

Preso em 19 de fevereiro, desde o dia 21 daquele mês o vereador está detido na penitenciária de Uberlândia. Sua defesa tentou, sem sucesso, dois habeas corpus, alegando que ele não representava risco. O STJ manteve a prisão. Em abril, a Justiça negou outro pedido, argumentando que o processo segue sem irregularidades.

O caso tramita em sigilo, e o MP já apresentou suas alegações finais.

Ironia

A prisão seguida da cassação do vereador é cercada de ironia. Defensor ferrenho da pauta de costumes conservadora defendida por alas da direita como o bolsonarismo, em fevereiro deste ano, o parlamentar apresentou um projeto de lei na Câmara Municipal de Alfenas prevendo multa para o porte e consumo de drogas ilícitas em espaços públicos da cidade. A proposta não achegou a ser votada.

Na justificativa do projeto, o vereador argumentou que a proposta pretendia “desestimular o consumo de drogas em Alfenas, visando a proteção dos cidadãos e o fortalecimento da segurança pública”. Ainda segundo ele, “o aumento do consumo de drogas contribui para a desordem social, o tráfico de entorpecentes e crimes patrimoniais, colocando em risco a segurança da população e afastando as famílias dos espaços públicos”.

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Política

Câmara aprova, em única votação, projeto que recria Guarda em Pouso Alegre

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Imagem: reprodução TV Câmara

Com o presidente da Câmara Dr. Edson (Republicanos) em viagem a Brasília, o presidente em exercício, o delegado Renato Gavião  (PSDB) surpreendeu e colocou em votação na noite desta terça-feira, 20, o projeto de lei que recria a Guarda Municipal em Pouso Alegre (MG). A proposta foi aprovada por unanimidade e em única votação após requerimento do líder do governo, Dionísio Pereira (Republicanos).

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A proposta havia sido protocolada pessoalmente pelo prefeito Cel. Dimas (Republicanos) em 27 de março, mas, desde então, apesar de inúmeras cobranças da base de apoio ao prefeito, o presidente da Casa não chegou a colocar a proposta em pauta. A negativa se deu em meio a um profundo desgaste na relação de Dr. Edson com a istração Dimas e sua base de apoio na Câmara.

A partir da aprovação do projeto de lei, Pouso Alegre voltará a ter uma Guarda Municipal, desta vez armada, seis anos após sua extinção, ocorrida em fevereiro de 2019, durante a gestão Simões.

O retorno da corporação em um novo formato é uma das principais apostas do segundo mandato do prefeito Cel. Dimas, que tem na segurança pública um de seus principais desafios, especialmente na percepção popular.

Projeto incluído enquanto presidente está em Brasília

O projeto de lei que recria a Guarda Municipal não constava na pauta de votações. A expectativa era que ele talvez fosse à pauta na próxima semana. Mas Renato Gavião decidiu incluí-lo. Na sequência, o líder do governo na Casa, Dionísio Pereira, apresentou um requerimento de urgência para que a proposta fosse aprovada em única votação.

A manobra pegou de surpresa o presidente da Casa, Dr. Edson, que cumpre compromissos em Brasília. Por outro lado, sua aprovação na noite desta terça deu protagonismo aos vereadores delegado Renato Gavião e Israel Russo (União), os principais entusiastas da proposta do Executivo e que têm a segurança pública entre as principais pautas de seus mandatos.

Para viabilizar a votação do projeto, no entanto, foi preciso suspender a sessão para que emendas apresentadas ao projeto de lei recebessem pareceres das comissões temáticas da Casa. A suspensão durou cerca duas horas e trinta minutos e houve indecisão nos bastidores. Alguns vereadores hesitaram em os pareceres diante da manobra que viabilizou a aprovação do projeto na ausência de Dr. Edson.

Quando finalmente voltaram, os vereadores aprovaram sete das 10 emedas apresentadas, rejeitaram duas – ambas de autoria de Fred Coutinho, e uma delas, de autoria do vereador Israel Russo, foi retirada pelo próprio.

Gavião e Russo, que tomaram frente das negociações do legislativo com o executivo em torno do projeto, foram os vereadores com mais emendas aprovadas, seguidos da vereadora Lívia Macedo.

As emendas rejeitadas previam a integração dos guardas municipais antigos à nova Guarda. Entre as emendas aprovadas estão a ampliação de 30 para 35 anos a idade máxima para ingresso na Guarda; a ampliação do escopo de atuação da corporação; a exigência de experiência em segurança pública para indicados aos cargos de comandante e subcomandante – nos quatro anos iniciais da nova Guarda, já que após esse período, os escolhidos virão da própria corporação; e a garantia de capacitação e atendimento psicológico contínuos aos agentes.

Próximos os

Após a aprovação do projeto de lei na Câmara, ele segue para sanção do prefeito Cel. Dimas. A partir daí, a Prefeitura já pode abrir  concurso para compor os quadros da Guarda. A previsão é que neste primeiro certame sejam ofertadas 50 vagas.

A nova Guarda Municipal será armada e terá efetivo de 150 pessoas de forma escalonada até o ano de 2027. De acordo com o prefeito, a expectativa é que a corporação comece a atuar até o fim do ano.

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Política

Saúde trabalha em projeto de lei para regulamentar pagamento do IFA a agentes

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Imagem: Agência Brasil/Ilustração

Depois de uma longa discussão e muita pressão da categoria, a Secretaria Municipal de Saúde de Pouso Alegre (MG) está trabalhando em um projeto de lei para regulamentar o pagamento do Incentivo Financeiro Adicional (IFA) aos agentes comunitários de saúde (ACSs) e agentes de combate a endemias (ACEs). A verba já é reada pelo Ministério da Saúde.

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A informação foi confirmada ao R24 pela secretária de Saúde, Mônica Mendes, nesta terça-feira, 13, durante a cerimônia de lançamento do centro especialidades médicas do município. De acordo com a secretária, ela tem se reunido com representantes da categoria e deve enviar em breve para a Câmara, o projeto de lei que regulamenta o pagamento do incentivo.

Debate se arrasta há anos

O Incentivo Financeiro Adicional (IFA) foi criado pelo governo federal em 2014 e integra a mesma lei que instituiu o piso nacional das categorias. Sua regulamentação se deu no ano seguinte pelo Decreto 8.474. Na forma como é cobrado pela categoria, o adicional funcionaria como um 14º salário pago em parcela única para os agentes. Mas apesar de receber a verba do governo federal, muitos municípios, como no caso de Pouso Alegre, não ream o adicional aos agentes. A verba acaba sendo aplicada em outras áreas da saúde, seguindo uma interpretação legal e istrativa diversa.

O direito de receber o adicional de forma integral tem sido uma das principais bandeiras da categoria em todo o país e motivo de disputas judiciais que já bateram à porta do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em Pouso Alegre, como em outros municípios, havia um debate em torno da interpretação legal sobre o IFA, já que muitos entendem que o incentivo deve ser direcionado para o custeio geral da saúde básica e não como um complemento direto à remuneração dos agentes.

Acordos e recuos

O Sindicado dos Servidores Públicos de Pouso Alegre (Sisempa) já vinha travando um longo diálogo com a Prefeitura em torno do tema e chegou a se aproximar de um acordo com a istração. A proposta de lei que regulamentaria o ree do IFA aos agentes esteve prestes a ser enviada para a Câmara no início do ano, mas acabou voltando à gaveta com a troca no comando da pasta – Mônica Mendes substituiu Rosaly Esther em fevereiro.

O ponto alto do debate, porém, se deu em março deste ano, quando uma audiência pública na Câmara reuniu dezenas de agentes de saúde. Eles expam sua insatisfação com o não pagamento do IFA e com as condições de trabalho.

Inicialmente, a audiência, então capitaneada pelo vereador Fred Coutinho (Republicanos), teve resultados mistos. Embora a pressão dos agentes tivesse colocado a Prefeitura contra a parede, ter o principal desafeto do governo Dimas a frente da pauta não animou a istração a agir de imediato.

Aos poucos, no entanto, um acordo foi sendo costurado com a categoria. O resultado desse diálogo, espera-se, desaguará no projeto de lei que chegará à Câmara Municipal nas próximas semanas dando vitória a mais uma longa luta de uma classe de trabalhadores.

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