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Rindo à toa: vereadores dão risada após rejeitarem pedido de informação à Prefeitura 2q6l29

Publicado 4w693a

no dia

Com inflação e desemprego nas alturas, famílias lutam para ter comida na mesa. O Brasil está longe de viver seu momento mais feliz. O clima, porém, parece ser outro na Câmara de Pouso Alegre (MG). Na noite desta terça-feira, 17, risadas marcaram uma votação que, para quem acompanhava de fora, não parecia ter qualquer contorno de humor.

Tratava-se de um requerimento do vereador Hélio Carlos (MDB) pedindo informações à prefeitura de Pouso Alegre sobre a gestão do contrato firmado junto à empresa Sindplus, que pode ter dado calote em estabelecimentos comerciais do município.

Responsável por istrar o cartão-alimentação dos servidores municipais, a empresa deve ter seu contrato rescindido pelo município por se tornar inadimplente mesmo recebendo seus rees em dia, o que levou os estabelecimentos a rejeitarem o cartão dos servidores, que arão a receber o benefício direto em suas contas-salário.

Apesar da gravidade do tema, o requerimento acabou rejeitado por 11 votos (votaram a favor Dr. Edson, Miguel Jr. Tomatinho e seu proponente), repetindo um movimento largamente utilizado pela base governista, que, com ampla maioria, barra praticamente todos os pedidos de informação dirigidos ao Executivo.

Chamou atenção, no entanto, que, logo após o presidente da Câmara, Reverendo Dionísio (U. Brasil), anunciar o resultado, risadas foram ouvidas no plenário. Mesmo o presidente precisou se conter para não cair no riso.

Mas, afinal, qual a graça? O R24 apurou que um dos motivos das risadas foi o voto contrário do vereador Wesley do Resgate (PP), um dos poucos que vinham votando a favor dos requerimentos da oposição.

Provavelmente, o leitor ainda deve estar procurando alguma graça oculta no episódio. Sinto informar que ela inexiste. Talvez os vereadores possam nos explicar a piada. Fato é que o episódio é só mais uma infame medida da seriedade com que parte dos vereadores tem tratado as discussões acerca do interesses públicos.

Ainda que sob a atual presidência da Câmara os conflitos e a falta de decoro tenham se reduzido, a improdutividade da atual legislatura segue à toda prova, com honrosas exceções.

A reboque de uma istração bem avaliada, parte dos vereadores governistas se reveza entre a adulação e o vazio de propostas.

Enquanto isso, Pouso Alegre avança a despeito da Casa que deveria se ocupar de discutir com seriedade os caminhos para uma cidade em que o riso fosse parte do dia a dia de seus moradores, não de grupelhos privilegiados que gargalham de seu infortúnio.

 

Sobre o autor: Adevanir Vaz é jornalista e editor do R24.

Os artigos publicados em ‘Opinião’ e ‘Colunas’ não refletem, necessariamente, o ponto de vista do Rede Moinho 24. 2i5q1s

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