A Polícia Civil de Santa Rita do Sapucaí (MG), está investigando uma denúncia de intolerância religiosa após a participação de um grupo de umbanda em uma missa no Santuário de Santa Rita de Cássia gerar uma onda de ataques nas redes sociais. O incidente ocorreu em 13 de maio, Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, durante a celebração e coroação de Nossa Senhora de Lourdes.
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O padre Omar Aparecido Siqueira, reitor do santuário, convidou a Associação José do Patrocínio e os membros do terreiro Omolokô para participarem do ato. A ação adotada pelo padre é uma tradição na cerimônia ecumênica, que, ano após ano, tem a participação de grupos que professam diferentes credos.
A presença do grupo foi registrada em um vídeo que rapidamente se espalhou nas redes sociais, gerando uma onda de comentários ofensivos e preconceituosos. A onda de ataques ganhou tração nas redes quando um influencer com mais de 500 mil seguidores classificou a cerimônia religiosa como sendo uma “abominação”. Os internautas chegaram a criar um abaixo-assinado virtual pedindo o afastamento do padre responsável por organizar o ato.
A Polícia Civil informou que está investigando os comentários ofensivos, que podem ser enquadrados como intolerância religiosa, crime previsto no artigo 208 do Código Penal, com pena de até um ano de detenção, ou como racismo religioso, cuja pena pode chegar a cinco anos de reclusão.
Dom José Luiz Majella Delgado, arcebispo da Arquidiocese de Pouso Alegre, defendeu a ação do padre. “A igreja precisa estar aberta a todos os cristãos, foi isso que a paróquia fez, ela não fez nada de novo, muito pelo contrário, ela está vivendo a sua missão de acolher e graças a Deus que acolheu e acolhe tão bem que respeitou a fé daquelas pessoas”, declarou a uma emissora da região.
O arcebispo ainda destacou a importância da unidade e acolhimento cristão, citando o apelo do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa: “A Igreja é para todos”.
A Associação José do Patrocínio, que participou da celebração, reafirmou seu compromisso com a preservação da cultura negra e lembrou que a realização de atos ecumênicos é algo corriqueiro na igreja.
Apesar dos ataques, o padre Omar Aparecido Siqueira não se manifestou publicamente sobre o caso.
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