Colégio CNEC, em Pouso Alegre | Imagem: reprodução Google
Decreto de utilidade pública para desapropriação foi publicado no dia 3 de novembro, mas anúncio só foi feito na noite desta quarta-feira, em evento da Secretaria de Educação, na Câmara Municipal. Colégio privado fica no bairro Nova Pouso Alegre, região central da cidade, em um prédio de cerca de 4 mil metros quadrados, onde estudam mais de 100 alunos
O prefeito Rafael Simões (DEM) anunciou na noite desta quarta-feira, 10, que a Prefeitura vai desapropriar o colégio CNEC, um dos mais tradicionais da cidade, para atender a demanda da rede pública municipal de ensino. A declaração foi feita durante seu discurso, em um evento da Secretaria Municipal de Educação, na Câmara de Vereadores.
De acordo com o político, a Prefeitura tentou estabelecer uma parceria com a escola privada, mas, como não foi possível, optou-se pelo caminho da desapropriação. “Vamos fazer a desapropriação da escola do CNEC. E aí… outro dia, já me perguntaram: ‘e as crianças que estudam lá">argumentou.
Após a fala do prefeito, o colégio emitiu um comunicado, avisando que irá tomar medidas judiciais contra a desapropriação proposta pela Prefeitura.
“Julgamos que, além de ilegal, é inoportuna a edição de tal decreto, haja vista que a intenção nele veiculada atinge diretamente a comunidade escolar de Pouso Alegre, e interferindo nos interesses de professores, técnicos, istrativos, pais e alunos, bem como os da própria instituição”,diz um trecho do comunicado.
O R24 apurou que professores do colégio, pais e alunos foram de pegos de surpresa com a fala do prefeito. Eles estão preocupados e muito confusos com a informação. Uma reação da comunidade escolar é esperada.
Decreto de utilidade pública para desapropriação foi publicado no dia 3 de novembro
O decreto de desapropriação da escola foi publicado no dia 3 de novembro. De acordo com o documento, “é declarado de utilidade pública para fins de desapropriação, por via amigável ou judicial, o imóvel” que pertence ao colégio, que, de acordo com o próprio decreto, abriga um “prédio escolar no tamanho de 4.106,70 metros quadrados”.
Após a declaração de utilidade pública, o município parte para a desapropriação em si. Ela poderá se dar de forma amigável ou via judicial, com a tomada compulsória da escola. Em tese, não é necessária autorização legislativa, mas, como o município terá de pagar uma indenização pelo imóvel – a preço de mercado, seja pela via judicial ou por meio de acordo, Simões, provavelmente, precisará de autorização da Câmara para abertura de crédito especial no orçamento. Mesmo com ampla maioria na Casa, a discussão no legislativo não deve ar desapercebida pela população.
Jogo de cena
Curiosamente, embora o decreto já tenha sido publicado na última semana, o presidente da Casa, Bruno Dias (DEM), fez, ontem, 09, um discurso, com tom de gravidade, alertando para a necessidade de a Prefeitura adotar uma medida drástica para resolver o problema do déficit de vagas na rede municipal de ensino que, segundo ele, teria sido agravado por conta da pandemia.
“A gente precisa muito neste momento de uma grande escola, em áreas centrais da cidade para atender uma grande demanda de alunos que hoje estão sem vagas. Então, a gente precisa de um ato forte e contundente do poder municipal no sentido de resolver muito rapidamente uma defasagem de vagas que surgiu e cresceu consideravelmente nos últimos dois anos de pandemia”, alertou o político como se não soubesse da desapropriação já decretada pelo município no dia 3 de novembro.
Confira a íntegra do comunicado da CNEC:
Comunidade Cenecista;
Informamos que o Departamento Jurídico da CNEC, em Brasília, já está tomando as providências necessárias para combater o ilegal decreto de utilidade pública publicado pela Prefeitura Municipal, de forma a resguardar os direitos patrimoniais da instituição, em Pouso Alegre, MG.
Julgamos que, além de ilegal, é inoportuna a edição de tal decreto, haja vista que a intenção nele veiculada atinge diretamente a comunidade escolar de Pouso Alegre, e interferindo nos interesses de professores, técnicos, istrativos, pais e alunos, bem como os da própria instituição.
Cabe destacar que a CNEC não foi previamente procurada para discutir esse assunto.
Reafirmamos o nosso compromisso com a comunidade pousoalegrense, bem como aproveitamos para informar que as matrículas para o ano letivo de 2022 já estão abertas.
Declara de utilidade pública para fins de desapropriação, por via amigável ou judicial, o imóvel e área construída que especifica, com a finalidade da ampliação da rede municipal de ensino.
Texto
O Prefeito Municipal de Pouso Alegre – MG, Estado de Minas Gerais, no uso de suas atribuições, nos termos do art. 69, incisos VII e XVIII, da Lei Orgânica do Município, e na conformidade do disposto no art. 5º, incisos “e”, “h” e “m” do Decreto-lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941,
CONSIDERANDO que a educação é direito de todos e dever do Estado nos termos do art. 205 da Constituição da República; art. 195 da Constituição de Minas Gerais e art. 154 da Lei Orgânica do Município de Pouso Alegre;
CONSIDERANDO a prerrogativa do Município para proceder a desapropriação por utilidade pública na forma do Decreto-Lei 3.365, de 21 de junho de 1941 e
CONSIDERANDO o resultado dos estudos extraídos do relatório pedagógico municipal, da análise e urgência de estrutura física para promover o exercício da aprendizagem e assegurar o direito à educação, as determinações legais para garantir o atendimento ao direito do aluno, as medidas de reorganização escolar orientada pelo Conselho Nacional de Educação e os objetivos da Secretaria Municipal de Educação e Cultura,
DECRETA:
Art. 1º. É declarado de utilidade pública para fins de desapropriação, por via amigável ou judicial, o imóvel registrado no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Pouso Alegre – MG, sob a Matrícula n° 57.722 e sua respectiva construção, assim caracterizados:
“Uma área de terreno, nos fundos do Cemitério Municipal, nesta cidade, da qual desmembra um lote com a área de 3.213,25 metros quadrados, cujo terreno tem a medida de 85,00 metros de frente para uma Praça no centro da Avenida do Estado de Minas Gerais; 86,00 metros nos fundos em divisas com a Rua nº 07; 42,50 metros de um lado para uma Praça também sem nome que dá frente para a Avenida do Estado de Minas Gerais; 36,00 metros de outro lado para uma Praça também sem nome que dá frente para a Avenida nº 02, sendo que este local se acha denominado com o titulo de Nova Pouso Alegre; nele a construção de um prédio escolar no tamanho de 4.106,70 metros quadrados”.
Art. 2º. A desapropriação prevista neste Decreto é declarada de natureza urgente, para os fins e efeitos do artigo 15 do Decreto-Lei Federal nº 3.365, de 21 de junho de 1941.
Art. 3º. As despesas com a execução deste decreto correrão por conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Art. 4º. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
A Justiça determinou que o município de Pouso Alegre realize a avaliação de desempenho e pague aos professores da rede municipal gratificações referentes aos anos de 2020 e 2021 que foram suspensas pela gestão do então prefeito Rafael Simões (União). A decisão, publicada na sexta-feira, 9, pela 2ª Vara Cível da comarca, considera que a prefeitura não poderia ter suspendido o benefício durante a pandemia.
O Sindicato dos Profissionais do Magistério (Sipromag) moveu a ação alegando que a Lei Municipal nº 5.176/2012, que instituiu a gratificação anual de até 33% do piso salarial nacional, foi descumprida sem justificativa legal. A prefeitura defendia que a avaliação era inviável no ensino remoto, modalidade adotada durante a pandemia, e citou a Lei Complementar nº 173/2020, que restringiu gastos durante a crise sanitária.
Anos de espera
Em sua decisão, o juiz José Hélio da Silva destacou que a lei federal não anulou direitos já garantidos e que a Prefeitura dispunha de mecanismos para fazer a avaliação de desempenho dos servidores. “Motivo pelo qual não subsiste justificativa que isente a istração Municipal do dever de realizar a avaliação de desempenho, tampouco que legitime a utilização da ausência desse procedimento como fundamento para o não pagamento da gratificação devida aos servidores que preencham os requisitos legais“, afirmou na sentença.
Dulcineia Costa, presidente do Sipromag, comemorou a decisão da Justiça e classificou a medida adotada, à época, pelo então prefeito Rafael Simões como “mais uma maldade do governo da época aplicada aqueles que fizeram à educação acontecer e chegar aos alunos em suas casas utilizando de recursos próprios, num dos momentos mais difíceis marcado por perdas, insegurança, muito trabalho”.
Ainda de acordo com a sindicalista, a decisão reconhece o trabalho dos professores durante a pandemia. “Esperamos que o reconhecimento seja outorgado pelo atual prefeito atendendo a decisão da justiça e realizando os procedimentos para pagar a gratificação aos educadores que trabalharam nos anos citados”, concluiu.
Próximos os
A Prefeitura ainda pode recorrer da sentença. O R24 tentou contato, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto. Se decidir cumprir a decisão de imediato, a gestão do prefeito Cel. Dimas (Republicanos) deverá realizar as avaliações de desempenho referentes aos anos de 2020 e 2021 e, a partir delas, fazer o pagamento das gratificações correspondentes. Os pagamentos deverão ser corrigidos de juros e correção monetária.
Como é feia a avaliação e o pagamento da gratificação?
A lei do pagamento da gratificação por desempenho para os profissionais do magistério de Pouso Alegre foi criada em 2012. Seu texto prevê o pagamento de 40% a 100% de 1/3 do valor do piso nacional dos professores como gratificação anual caso esses servidores atinjam indicadores voltados a como assiduidade, pontualidade, comprometimento com metas pedagógicas, participação em formação continuada, trabalho coletivo, eficácia pedagógica, gestão de conflitos e ética.
A avaliação do desempenho é conduzida por uma comissão escolar que determina o valor da gratificação de acordo com a performance dos educadores, que podem ser avaliados com ‘ótimo, bom ou regular’.
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Seis alunos da Escola Municipal Maria Barbosa, em Pouso Alegre, foram premiados na Olimpíada do Tesouro Direto de Educação Financeira (OLITEF), a maior competição do país voltada ao tema. A equipe garantiu uma medalha de prata e quatro de bronze, resultado que enaltece o empenho dos estudantes e o trabalho pedagógico da unidade escolar.
A competição, promovida pela Secretaria do Tesouro Nacional e pela B3, tem o objetivo de disseminar o conhecimento financeiro entre alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio. Nesta edição, participaram mais de 700 mil estudantes de 9 mil escolas de todo o país.
Os alunos participaram do evento sob a orientação da professora Thamires Silva. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, iniciativas como essa reforçam a importância da educação financeira desde cedo. “Essas medalhas refletem o trabalho dedicado dos nossos professores e o empenho dos nossos alunos, e nos motivam a continuar investindo em iniciativas que promovam a consciência financeira desde cedo”, afirmou a secretária Suelene Marcondes.
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A Prefeitura de Pouso Alegre apresentou o projeto de lei que fixa o reajuste salarial dos profissionais do magistério da rede municipal de Educação para o ano de 2025. A proposta prevê correção de 6,5% para esses servidores, mas para valer ainda precisará ser aprovada na Câmara de Vereadores, o que deve ocorrer após o Carnaval.
De acordo com a Prefeitura, o índice contempla um ganho real para a categoria, já que a inflação oficial (INPC/IBGE) acumulada ao longo de 2024 foi de 4,77%.
Ainda segundo o município, com o reajuste “os profissionais do magistério de Pouso Alegre arão a receber R$31,11 por hora trabalhada, considerando a carga horária de 24 horas semanais estipulada pela Lei 4.122/2003 – Estatuto do Magistério Público Municipal de Pouso Alegre”.
“Essa medida coloca a remuneração dos nossos profissionais acima do valor proporcional ao piso nacional, reforçando o compromisso da nossa gestão com a valorização da educação pública”, sustenta o Prefeito Coronel Dimas.
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