Amanhece a quarta-feira, 4 de dezembro de 2024, na pequena Silvianópolis, no Sul de Minas Gerais. Enquanto os galos duelam para anunciar o raiar do dia, um sítio luxuoso na zona rural da cidade é alvo de uma das maiores operações polícias dos últimos anos contra o tráfico de drogas regional – veja o vídeo abaixo.
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No interior da propriedade, está Sílvio Faria Paiva, de 43 anos, ele é alvo de um dos 12 mandatos de prisão preventiva da ‘Operação Lockdown‘. Preso pelos policiais da 1ª Delegacia Regional de Pouso Alegre, depois de ar pelos procedimentos de praxe e seguir para o sistema prisional, ele será isolado dos demais detentos, dado o seu poder de influência. O regime de isolamento do preso é exatamente o que dá nome à operação: ‘Lockdown‘.
Para a Polícia Civil, a detenção de Paiva é um dos maiores golpes sofridos pelo tráfico de Pouso Alegre e região nos últimos anos. Isso por que ele é apontado como maior atacadista de cocaína do extremo-sul de Minas. “Ele é oriundo de São Paulo, mas já vive na região há muitos anos, inclusive ele já reponde por processo de tráfico e latrocínio lá em São Paulo”, conta o delegado responsável pela operação Rodrigo Cavassoni.
Paiva já havia sido preso pela Polícia Civil em 2022. Na ocasião, os policiais encontraram R$ 400 mil em espécie na casa do investigado. Seu poder financeiro é grande, isso por que ele negociaria cocaína em estado puro para abastecer diversos pontos de venda da região. A venda era feita em grandes quantidades, no mínimo uma barra de um quilo, que no mercado chega a custar R$ 25 mil.
“Ele movimenta o comércio atacadista de entorpecentes, ou seja, ele fornece grande quantidade de drogas para traficantes [da região]. A quantidade de droga e recursos movimentados é incomensurável”, corrobora Cavassoni. Ao R24, o delegado explicou que ainda não há uma estimativa dos valores movimentados por Paiva nos últimos anos, mas eles não seriam inferiores a milhões.
Atacado e varejo
Além de chegar ao homem apontado como maior traficante da região, a Operação Lockdown também alega ter alcançado os cabeças do mercado varejista.
Se Paiva liderava uma organização criminosa responsável pela venda de cocaína pura no atacado, essas lideranças do tráfico eram responsáveis por comandar a venda de drogas para o consumidor final a partir de um esquema de entrega a domicílio, uma espécie de delivery de drogas. O sistema funcionava por meio do aplicativo WhatsApp.
Os indivíduos suspeitos de participar desse braço do tráfico foram presos nos bairros São João, Cidade Jardim, São Geraldo e São Carlos.
As conversas por aplicativo também eram utilizadas pelas organizações criminosas para negociar as drogas. Foi o o a esse conjunto de diálogos que levou os investigadores até os criminosos em uma investigação que durou cerca de quatro meses.
Ao todo, a operação prendeu 13 pessoas, sendo cinco delas em flagrante. Um dos suspeitos alvo de mandado de prisão está foragido. Houve ainda o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão, que resultou na apreensão de seis carros e R$ 17 mil em espécie.
Seguindo o caminho do dinheiro
Com a grande movimentação de dinheiro feita pelas duas organizações criminosas no atacado e no varejo, a Polícia Civil acredita que poderá avançar ainda mais nas investigações rastreando o caminho feito pelo dinheiro, em sua maior parte, já lavado pelas organizações.
“[Temos] o objetivo de rastrear o dinheiro. Grande movimentação de droga, existe grande movimentação financeira. Então é justamente identificar pra onde que esse dinheiro está indo, a compra de bens que está gerando os lucros, imóveis, veículos, terrenos. [Estamos empenhados] em identificar quem são os laranjas, os terceiros em que esses bens são adquiridos”, prossegue o delegado.
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