A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 27, uma nova etapa da operação ‘Encilhamento’. A ação tem como alvo ‘uma organização criminosa’ acusada de fraudar recursos do IPREM, instituto de previdência dos servidores municipais de Pouso Alegre.
Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Pouso Alegre (MG) e um em Rio Claro (SP). Esta é a segunda etapa da operação Encilhamento. As ordens judiciais foram expedidas pela 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária em Minas Gerais.
De acordo com a PF, o objetivo da operação de hoje é colher provas da ação do grupo sobre aplicações de recursos do Iprem no período de 2012 a 2018.
Investigação corre desde abril de 2018 4q37o
Desde abril de 2018, a PF investiga indícios de irregularidades na carteira de investimentos do instituto, que é uma autarquia previdenciária dos servidores públicos municipais de Pouso Alegre.
À época, Pouso Alegre foi uma das quatro cidades de Minas Gerais com mandados cumpridos pela PF. Ao todo, foram 20 mandados de prisão e 60 de busca e apreensão em sete estados. A ação policial de então dava continuidade à ‘Operação Papel Fantasma’.
Segundo a Polícia Federal, empresas de fachada emitiam títulos de dívidas sem lastro financeiro que geravam um direito de crédito ao investidor, os chamados debêntures. As investigações apontam que, em todo o país, a aplicação destes documentos pode ultraar R$ 1,3 bilhão.
Prefeitura propôs ação contra diretoria do Iprem, ex-prefeito e empresa de consultoria e estima perdas em mais de R$ 100 milhões 4o5r1n
Segundo a denúncia proposta na 1ª Vara Civel de Pouso Alegre, investimentos desvantajosos e fraudulentos teriam gerado prejuízo de cerca R$ 141 milhões ao instituto previdenciário dos servidores públicos de Pouso Alegre.
Após operação desencadeada pela PF, a Prefeitura decretou uma intervenção no instituto. Ao assumir o comando do IPREM, o prefeito Rafael Simões (DEM) afastou o diretor-presidente Eduardo Machado e outros membros da diretoria, nomeando o o Assessor de Assuntos Estratégicos, Alberto Maia Valério para a função de interventor em 23 de abril daquele ano.
Um relatório da intervenção foi enviado à Câmara de Vereadores em 24 de outubro de 2018. Segundo o documento, as perdas com aplicações do patrimônio do IPREM em fundos podres se aproximaria de R$ 100 milhões. Mas a PGM somou a este montante as perdas de ganhos que poderiam ter sido alcançados caso os valores aplicados em fundos podres tivessem sido investidos em aplicações confiáveis. O cálculo foi feito pela gestão atual do IPREM, que aplicou a correção pelo IPCA + 6% ao ano, chegando ao valor de R$ 141.430.409,86.