Em meio a um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, o presidente da Câmara de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido) lançou graves acusações contra Marcelo Aro (PP), atual Secretário de Estado da Casa Civil de Minas e homem forte do governador Romeu Zema (Novo).
Segundo Azevedo, durante a votação do projeto de lei de subsídio do transporte público da capital mineira, ocorrida no primeiro semestre do ano, Marcelo Aro e o vice-presidente da Câmara de BH, Juliano Lopes, teriam tentado barrar a votação da proposta enquanto supostamente negociavam um pagamento de propina junto a empresários do setor de transporte da capital.
“O secretário da Casa Civil, Marcelo Aro, e o vice-presidente desta Câmara, Juliano Lopes, me exigiram que esse projeto (subsídio às empresas de ônibus) não fosse pautado. Isso que estou dizendo aqui, estou dizendo pela primeira vez. Me exigiram que este projeto não fosse votado porque eles estavam em negociação com o senhor Rubens Lessa para conseguir do senhor Rubens Lessa dinheiro vivo, e, se eles não conseguissem esse dinheiro vivo, eles não gostariam de votar o projeto em segundo turno”, disse o vereador durante o processo de oitivas de seu processo de cassação na Câmara da capital mineira.
Azevedo afirmou ainda que Juliano Lopes usava o termo ‘panetone’ para se referir à propina.
Aro, que está em viagem à China, junto do governador Romeu Zema, respondeu à imprensa por meio de nota, se recusando a comentar as acusações. “Não vou responder às acusações infundadas que ele me fez porque é justamente isso que ele quer: palco. Todos conseguem perceber seu desespero pra criar uma narrativa de vítima, o que ele definitivamente não é. Se eu pudesse dar a ele uma sugestão seria que ele arrume alguém do tamanho dele para brigar, porque eu tenho mais o que fazer e vamos tratar na justiça e não na imprensa”.
O vice-presidente da Câmara, Juliano Lopes, negou as acusações e afirmou que Azevedo terá que prová-las na Justiça. Já Rubens Lessa, que é presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de ageiros Metropolitano (SINTRAM) classificou as afirmações de Azevedo de ‘caluniosas’ e disse ter total desconhecimento sobre o tema.
Gabriel Azevedo enfrenta processo de cassação
As acusações propaladas por Gabriel Azevedo nesta segunda perfazem mais um capítulo de um rumoroso processo de cassação por quebra de decoro e abuso de autoridade que o parlamentar enfrenta na Câmara de Belo Horizonte.
A Azevedo são atribuídas condutas como agressão verbal a colegas vereadores e suposta atuação irregular na I que investiga a limpeza da lagoa da Pampulha. A denúncia foi que resultou em seu processo de cassação foi feita pela deputada federal Nely Aquino (Podemos-MG). O processo de cassação foi instalado no dia 4 de setembro.
Em confronto aberto com Marcelo Aro, Azevedo alega ser alvo de uma farsa arquitetada por Marcelo Aro para colocar um aliado como presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Gabriel Azevedo é pré-candidato a prefeito de Belo Horizonte nas eleições do ano que vem. Já Marcelo Aro, que também chegou a ter seu nome cogitado para o pleito, tende a apoiar a reeleição do atual prefeito, Fuad Noman (PSD), gestão sob a qual tem influência.
Aro é ex-deputado federal e foi candidato a senador por Minas em 2022, mas, mesmo apoiado por Zema, acabou na terceira colocação com 19,7% dos votos. Ele foi superado por Alexandre Silveira (PSD) – 35,79%; e Cleitinho (Republicanos) – 41,5%, que acabou ficando com a vaga.
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