O corregedor da Câmara de Pouso Alegre, Oliveira Altair (Republicanos), deu início à abertura de processo disciplinar a fim de apurar as condutas do vereador Bruno Dias (União) por pedir pizza durante uma reunião de I, a fim de constranger os integrantes da comissão, e por chamar uma integrante da istração do prefeito Cel. Dimas de ‘panicat’ durante uma sessão da Câmara, atitude que foi considerada misógina e que gerou grande repercussão.
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Em tese, o processo disciplinar pode concluir que o parlamentar incorreu em quebra de decoro parlamentar, o que poderia, inclusive, levar à sua cassação. Acontece que, Bruno sequer tentou a reeleição e está em seus últimos dias de mandato na Câmara. A atual legislatura se encerra no dia 31 de dezembro. Ainda assim, o corregedor deve prosseguir com a investigação.
O ofício para abertura do processo foi encaminhado à Presidência da Câmara nesta terça-feira, 26, e deve ser lido na sessão da próxima semana, após receber pareceres da Comissão de Legislação, Justiça e Redação e Departamento Jurídico. Na sequência, ele ainda precisa ser aprovado pelo plenário para que a investigação tenha início.
As condutas do parlamentar
Na Câmara de Pouso Alegre, Bruno Dias é o vereador que mais se aproxima da novíssima leva de políticos que se utilizam de performances de impacto no parlamento para viralizar nas redes sociais e surfar na onda da economia da atenção, bem ao estilo Pablo Marçal. Foram as redes, aliás, a principal ferramenta utilizada pelo professor, que está em seu segundo mandato, para chegar à Câmara de Pouso Alegre em 2016.
Já no crepúsculo de seu mandato, porém, Bruno Dias, que ou a frequentar as sessões da Câmara quase sempre de forma virtual, decidiu dobrar a aposta. Subiu o tom especialmente durante o período eleitoral, quando seu grupo, encabeçado pelo deputado federal e ex-prefeito Rafael Simões (União), duelou sem sucesso contra a reeleição de Cel. Dimas (Republicanos).
Mas os episódios que renderam acusações de misoginia, levaram o vereador a ser escrachado por grupos de mulheres e podem render uma dura reprimenda da Corregedoria da Câmara ocorreram depois das eleições.
O primeiro episódio apontado pela Corregedoria se deu na sessão do dia 12 de novembro. Enquanto fazia críticas ao prefeito Cel. Dimas, Bruno disse: “A pergunta é: ‘será que se fosse uma licitação por inexigibilidade’, sem estudo técnico preliminar como rege a lei 14.133, a pedido da ‘panicat’ do Guarda Belo, será que a licitação já tinha sido feita?”, ironizou.
Quando citou o personagem de desenho animado ‘guarda Belo’, Bruno se referia ao prefeito Cel. Dimas, mas em sua fala não fica claro a quem ele fez referência quando o termo ‘panicat’, nome pelo qual ficaram conhecidas as assistentes de palco do programa Pânico, e que se tornou um símbolo da objetificação e sexualização das mulheres. Por trás da manjada encenação política, no entanto, todos têm claro que o vereador se referia à secretária de Comunicação e Turismo, Jaqueline Costa, um de seus alvos preferidos.
Para o corregedor, o parlamentar “proferiu discurso ofensivo às mulheres em forma e tom que tem a intenção de diminuir e desqualificar a presença feminina em cargos de liderança, reforçando estereótipos que associam mulheres a papei superficiais e estigmatizados”.
Para piorar, o corregedor considera que o parlamentar ao tentar justificar sua fala na sessão seguinte acabou reforçando “estereótipos genéricos que desqualificam as mulheres”.
Também sob a análise do corregedor, está uma ação do parlamentar ocorrida um dia após o polêmico discurso de 12 de novembro. Era nada mais, nada menos que a primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (I) que apura supostas irregularidades em contratos da Prefeitura com a empresa Engetech.
Em busca de mais uma performance viral, Bruno encomendou pizzas para serem distribuídas aos membros da comissão. Não se tratava de cortesia, mas de uma insinuação jocosa de que a I, dominada por governistas, não estaria disposta a investigar a istração Dimas.
Para o corregedor, o parlamentar teve o “nítido objetivo de desrespeitar a dignidade da comissão, atentando contra a seriedade dos trabalhos e ferindo o decoro parlamentar”.
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